A Banda é, sem duvida, a
manifestação mais espontânea do carnaval amapaense, tendo entrado para a
história por reunir mais de 150 mil brincantes.
O historiador Edgar de Paula
Rodrigues, que dedica um verbete do bloco em sua Enciclopédia do Amapá obra ainda
inédita, lembra que a Banda surgiu em Macapá em 02 de março de 1965 como forma
de ato politico e depois de movimento contra o sistema de governo da década de
60. Seu embrião teve origem na sede do Amapá Esporte Clube.
De acordo como um dos principais
fundadores, José Figueiredo de Souza (Savino), o embrião da Banda foi um jogo
de cartas, na sede do Amapá Clube. Nesta época, a grande discussão das rodas
intelectuais era a candidatura de Janary Nunes ao cargo de deputado federal,
candidato que não era muito simpático aos olhos e ouvidos de Luís Mendes da
Silva, conhecido como o homem da chibata, governador do extinto Território
Federal do Amapá.
Em plena quadra momesca, cerca de
14 a 15 foliões saíram da sede do Amapá Clube e foram às ruas cantando a musica
de Chico Buarque, A Banda, fizeram um percurso de 5,5 Km e caminharam pela
presidente Vargas, Candido Mendes, Tiradentes, Feliciano Coelho, Leopoldo
Machado e FAB. Já havia uma espécie de cinturão asfáltico (borra asfáltica), o
que facilitou o trajeto dos brincantes. Entre eles estavam os fundadores do
bloco: Jarbas gato, Amujaci Borges de Alencar, Savino, Decimam Borges de
Alencar, mestre Cutião, Agostinho Borges de Alencar, José Maria Frota de
Almeida, Zequinha do cartório, Aderbal Lacerda, Osmar (Andorinha), Ramiraves (Carroceiro)
e Sussuarana (Gordo).
Hoje a Banda é uma entidade de
utilidade pública estadual e municipal, e consagrada como Patrimônio Cultural
do Município de Macapá. Atualmente já não existe distribuição gratuita de
bebida alcoólica, que era feita numa carroça, batizada de farmácia.
A boneca Chicona, até hoje uma
das principais atrações do bloco, foi fruto da imaginação criativa de mestre
Cutião. Outros bonecos foram criados. Surgiu então o Anhanguera, que acabou
casando com a Chicona, uma inspiração de Raimundo Picanço, mais conhecido como
Wanderley. O boneco Arizinho veio depois, criação do advogado José de
Arimathéia. A boneca Iracema foi criada pelo Advogado Helder José Carneiro de
Souza e o boneco Cutião foi criado em homenagem a Mestre Cutião.
Fonte: Diário do Amapá ( CD Carnaval Amapaense sua história e sambas de enredo)