quinta-feira, 3 de outubro de 2013

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Como tudo começou?
A 50ª Expofeira Agropecuária do Amapá é uma edição histórica já considerada o maior evento de agronegócio da Amazônia Brasileira. Será realizada no período de 27 de setembro a 6 de outubro de 2013. O Parque de Exposição Engenheiro Agrônomo Antônio Roberto Ferreira da Silva, no Distrito de Fazendinha, em Macapá - ocupando uma área de 167 mil m² -, foi preparado especialmente para comemorar meio século de avanços no setor de agronegócio do Estado do Amapá.
Nesta edição haverá a exposição do Memorial sintetizando o histórico dos 70 anos do desmembramento do Pará e a criação do Território Federal do Amapá e os 50 anos das edições da Expofeira.
Além da tradicional exposição e comercialização de animais e produtos agrícolas, pelo terceiro ano consecutivo contará com o Pavilhão Internacional de Oportunidades e Negócios, no espaço de 3.380m², o qual será um dos atrativos do maior evento do Amapá, oportunizando vários negócios para a iniciativa privada e consequente geração de emprego e renda no Estado.
Do Amapá para o mundo
Está confirmada a presença da Embaixada do Japão, a Câmara de Comércio e Indústria da Guiana Francesa (CCIG), a Câmara de Comércio do Suriname (KKF), onde deverão elencar oportunidades na área de comércio exterior que poderão ser ampliada entre os países, a exemplo de 2012.
Esse Pavilhão reunirá os mais variados segmentos da construção civil, grãos, transportes, logística, mineradoras, comércio, agentes financeiros, moveleiros, agroindústria, artesanato e outros setores econômicos do Governo do Estado e da iniciativa privada.
Para compor esse cenário amazônico, um barco de nove metros ficará exposto na entrada do Pavilhão Internacional de Oportunidades e Negócios, destacando o Programa de Obras e Ações para Mudar o Amapá (PROAMAPÁ), através do qual o governo está trabalhando para que o Estado tenha sustentabilidade e que as empresas se desenvolvam gerando mais emprego e renda à população.
O barco simboliza, na Região Amazônica, o veículo fluvial mais utilizado como meio de transporte e escoamento de produtos do Amapá, enfatizando ainda o investimento que o governador Camilo Capiberibe vem dedicando à carpintaria naval, através de linhas de crédito. "O projeto segue a todo vapor", ilustrou o governador.
A organização da 50ª Expofeira Agropecuária do Amapá está a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), sob a direção de Cristina Almeida, que garante uma versão também histórica para comemorar a data.
A origem da Expofeira
Tudo começou no sábado, 13 de setembro de 1947. Era o aniversário do 4º ano do desmembramento do Estado do Pará e a emancipação política, geográfica e econômica do então Território Federal do Amapá. E com toda a pompa visionária do então capitão Janary Gentil Nunes, primeiro governador, nomeado pelo presidente Getúlio Vargas, para tornar o Amapá numa expressão nacional, ele recebia as autoridades da época para a inauguração oficial da I Feira de Animais e Produtos Agropecuários.
A rigor, desde 1947 a 2013, seriam 66 anos. Mas contabilizam-se apenas as edições das Expofeiras, que registram meio século de atividades. A Festa do Criador, como chamavam a Feira, era esperada com expectativa durante o ano todo.
Entre as autoridades estava o prefeito José Serra e Silva, o conhecido Duca Serra, imortalizado com o nome da rodovia que liga Macapá a Santana. Ele veio acompanhado do juiz de Direito José de Ribamar Hall de Moura e do tenente Uadih Charone, comandante da extinta Guarda Territorial. O evento ocorreu na Praça Barão do Rio Branco.
A preocupação de Janary Nunes era fomentar a atividade agropecuária e pesqueira da região. Era o começo do desenvolvimento da economia amapaense numa área de 142.828,521 km² de uma imensa floresta, rios, lagos, igarapés e minérios tudo por fazer.
A Expofeira foi criada para ser uma vitrine incentivadora de produção e comercialização de produtos agropecuários. Com o passar dos anos, foram sendo agregadas à Feira atividades atrativas como leilão de animais, desfile dos estudantes, rodeios e uma grande praça de alimentação a céu aberto com as iguarias regionais.
Para animar a festa foi incluída à apresentação do folclore expoentes como o Marabaixo de Macapá, Zimba de Calçoene (Cunani) e Sairé de Mazagão. A professora Creuza Bordallo, observando a grande oportunidade para desenvolver a arte teatral, incluiu a apresentação de peças teatrais na arena improvisada na Praça Barão.
E como todo grande evento que se preza, a banda de música precisa estar presente em todas as manifestações e eventos comemorativos. Desde então, a "Furiosa", como foi batizada a Banda de Música da Guarda Territorial, passou a fazer parte do cenário cultural dos eventos oficiais.
A Expofeira no Estádio Glicério Marques
A Praça Barão do Rio Branco ficou pequena para o número de pessoas que vinham de todos os municípios e dos habitantes das Ilhas do Pará. A Expofeira foi transferida para o Estádio Municipal Glicério Marques, a partir de 1952. Na parte lateral do Estádio eram construídas as estruturas em madeira para as atividades comerciais e lúdicas. O gramado, devidamente protegido, era usado para a apresentação de shows.
Espaço definitivo em Fazendinha
A partir de 1966, o evento passou a ter instalações próprias, com a adequação da infraestrutura inicial na fazenda-modelo do governo territorial. O mestre de obras José Procópio foi indicado para ser o responsável pela montagem do Parque de Exposições, inicialmente com edificações rudimentares, em Fazendinha.
E a Feira foi incorporando outros setores do governo territorial. O engenheiro agrônomo e um dos pioneiros, Nady Bastos Genu, da então Divisão de Produção, integrou ao evento a produção de leite, queijo, farinha, ovos, pintos de granja, bovinos, suínos, caprinos e equinos, em fase de desenvolvimento na Fazendinha.
Aos poucos, o Parque de Exposições foi cedendo espaço para a comercialização de eletrodomésticos, veículos, máquinas para as atividades domésticas, brincadeiras, jogos, como num grande arraial. E a cada ano uma novidade era acrescentada nesse numeroso evento, que reunia grande parte da população de Macapá e de outras localidades. A Feira tornou-se um ponto de encontro. Depois do Círio de Nazaré, era quem mais reunia a população do então Território do Amapá.
Feira do PDSA
Com os grandes resultados obtidos no Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA), o então governador João Alberto Rodrigues Capiberibe resolveu incorporar à Expofeira a Feira do PDSA, com destaque a empreendimentos para a produção sustentável, com ênfase ao desenvolvimento das indústrias extrativas, maquinários e outros produtos da agroindústria.
A Feira do PDSA transformou-se numa vitrine nacional e atraindo empreendedores internacionais. Despertou o interesse de criadores de várias regiões e os peões da região de Barretos (SP), que inovaram os rodeios em Macapá. Começou a ganhar espaço na mídia nacional e em jornais internacionais como o "Le Figaro", da França, que estampou, no segundo caderno do dia 20 de outubro de 2001, uma ampla reportagem sobre o "ex-guerrilheiro que se tornou um grande chefe de Estado", fazendo referências a João Alberto Capiberibe.
A castanha-do-brasil, extraída pelos produtores de Iratapuru, em Laranjal do Jari, passou a atrair interesse da agroindústria cosmética nacional e internacional, além de variadas formas de aproveitamento da amêndoa na indústria alimentícia.
O açaí deixa de ser apenas um complemento alimentar da população pobre e começa a frequentar as gôndolas de supermercados nacionais, sendo ainda o atrativo principal dos frequentadores de academias de ginástica do mundo inteiro. Os artefatos indígenas e iguarias dos ribeirinhos, óleos medicinais - como copaíba, andiroba, pracaxi e outros - ultrapassaram as fronteiras, abrindo um novo e promissor mercado exportador. Flagrâncias da floresta passaram a fazer parte dessa ideia de sustentabilidade nesse cenário econômico da Expofeira.
A 4ª Feira do PDSA inaugurou a grande inovação no setor empresarial. Os estandes padronizados passaram a compor um cenário arquitetônico muito mais organizado e belo. Os povos da floresta, como os indígenas e ribeirinhos, passaram a compor esse novo cenário, trazendo e comercializando os produtos.
Expansão da Expofeira
Inspirados no sucesso da Expofeira do Amapá, os produtores dos municípios amapaenses passaram a criar a Expofeira local. Durante uma semana, as produções agrícolas como queijo, leite e todos os elementos da cadeia produtiva passaram a ter espaço na Expofeira Agropesc, unindo produtores de Calçoene, Oiapoque e região do Araguari. Essa atividade está incluída no calendário de eventos de todos os municípios do Amapá.
Édi Prado/Secom
Fonte e arquivo fotográfico: Edgar Rodrigues e Museu Sacaca
agenciaamapa.com.br/site/expofeira/2013/416

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